Coisas que
comemos enganados
Ler o rótulo para saber
o que estamos comendo é essencial para não comer gato por lebre, embora nem
sempre isso funciona, e as vezes, no caso da cereja, nem mesmo rótulos
há.
Uma pesquisa divulgada neste mês pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) mostrou que muita gente pode levar para casa itens que, na verdade, não são exatamente aquilo que parecem ser. E o pior, estão todos de acordo com a legislação e portanto não estão enganando ninguém, apenas os desatentos e meio ceguetas que não conseguem ler letras miudinhas ou não entendem patavinas do que está escrito no rótulos… ou seja 95% da população.
Uma pesquisa divulgada neste mês pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) mostrou que muita gente pode levar para casa itens que, na verdade, não são exatamente aquilo que parecem ser. E o pior, estão todos de acordo com a legislação e portanto não estão enganando ninguém, apenas os desatentos e meio ceguetas que não conseguem ler letras miudinhas ou não entendem patavinas do que está escrito no rótulos… ou seja 95% da população.
1- Hambúrguer de picanha sem
picanha
Quem ama churrasco dificilmente terá dúvidas entre escolher um hambúrguer de picanha e outro de carne bovina não especificada. O problema é que sanduíches prontos congelados para micro-ondas têm estampado o nome dessa carne nobre em letras garrafais e, em descrição miúda, explicam que não é bem assim. Os pesquisadores do Idec viram marcas cuja carne era, na verdade, uma mistura de carne bovina com carne de frango e sabor de picanha. O queijo “sabor cheddar” também não passa de queijo processado. O hambúrguer de picanha não é feito de picanha.
2-
Mostarda
O complemento de cor
amarela que muita gente gosta de adicionar no sanduíche também está na lista das
comidas que podem enganar. Isso porque, sob a nomenclatura de “molho de
mostarda”, esse ingrediente pode conter bem menos sementes do condimento do que
deveria. Para engrossar o caldo, são misturados água, vinagre, açúcar, amido e
uma pequena quantidade do vegetal que dá nome ao produto.Molho de mostrada tem
pouquíssima quantidade de mostarda.
3- Linguiça calabresa com frango e soja
O Ministério da
Agricultura estabeleceu que a linguiça calabresa deve ter apenas carne suína,
com ingredientes que dão o sabor picante próprio da pimenta calabresa. No
entanto, o Idec percebeu uma manobra por parte de grande parte das marcas:
usando o termo “linguiça tipo calabresa”.Praticamente todas as marcas de
calabresa defumada vêm com a inscrição “tipo calabresa” nas suas embalagens.
Teoricamente, a interpretação seria: “se é ‘do tipo’ calabresa, é porque não é
toscana, portuguesa, ou seja lá o que for. Portanto, a palavra ‘tipo’ está
especificando o ‘tipo’ de linguiça”. No entanto, a lista de ingredientes das
calabresas defumadas diz o seguinte: “carne suína, carne mecanicamente separada
de aves (…), proteína de soja (…)”. Bingo! A ambiguidade salta aos olhos: ‘tipo’
calabresa é porque não é uma calabresa original, é como se fosse calabresa…Um
regulamento técnico do Ministério da Agricultura prevê essa prática, desde que a
denominação seja “tipo calabresa” (e não apenas “calabresa”). Mas e aí, você
quer carne de porco, de aves, de soja ou tipo tudo junto e misturado?
4- Requeijão com amido e gordura vegetal
Ao ver embalagens muito
parecidas na geladeira do supermercado, o consumidor pode não perceber quem
alguns tipos de requeijão não são exatamente como o esperado. De acordo com o
Idec, informações em letras pequenas nos rótulos mostram que há potes que
trazem, além do derivado do leite, itens derivados de vegetais como amido e
gordura vegetal.
5- Muçarela de búfala com leite de vaca
Por trás do queijo em formato de bola, cor branca e sabor suave pode haver uma mistura não muito interessante. Algumas marcas, segundo a pesquisa do Idec, usam quantidades grandes de leite de vaca (e não apenas de búfala) na fabricação dessa muçarela. O levantamento feito pelo órgão verificou que o teor de leite diferente pode atingir 80% da composição.
6- Leite com chocolate sem leite
Apesar de parecer, os achocolatados prontos não são exatamente feitos de leite com chocolate. Na verdade, as caixas contém “bebida láctea”, o que significa que o que se bebe é soro misturado com leite de diferentes formas, como reconstituído e em pó, além de água e gordura vegetal. Isso faz com que eles sejam menos nutritivos do que o desejado.
7- Mel que não vem da abelha
Com um preço inferior ao mel autêntico, esse tipo de mel costuma ser a primeira opção dos desavisados. Mas basta a leitura do rótulo para ver que a substância é outra, podendo ser à base de glicose ou de melado de cana. A primeira opção é, segundo nutricionista consultada pelos pesquisadores, menos saudável, por ser muito processada e ter um alto nível de açúcar. A segunda é um pouco menos nociva, por ter alguns minerais.
8- Azeite com óleo de soja
Apesar de embalagens, nomes dos produtos e localização nas prateleiras indicarem que o consumidor está diante de uma lata de azeite, há algumas marcas que podem enganar. Em vez do mais puro óleo de oliva, o que se encontra é uma mistura em que o ingrediente principal é o óleo de soja. A porcentagem nesses casos gira em torno de 85% a 90% da composição.
9- Cerveja de milho
Sob a expressão “cereais não maltados”, impressa na composição das cervejas brasileiras, muitas das grandes marcas disfarçam uma alteração na receita original da bebida, que deveria incluir apenas água, malte de cevada e lúpulo. O Idec chamou a atenção para duas pesquisas feitas em 2012, nas quais muitas cervejas do país têm quase 50% de milho em sua composição. Cervejas brasileiras são feitas de milho.
10- Iogurte que não é iogurte
Assim como no caso dos achocolatados prontos, os iogurtes também podem conter soro de leite, o que faz com que, tecnicamente, não possam ser chamados de iogurte, mas sim de “bebida láctea fermentada”. A diferença está principalmente na consistência, já que estes últimos são mais “aguados” do que o alimento original.
11 Pão e biscoito integral que não são, digamos, integralmente integrais
Alimentos integrais são grãos que não passam por um processo de refinamento. Com as fibras preservadas, eles ajudam a limpar o organismo: mantém os níveis de colesterol baixos e controlam os picos de insulina no sangue, aumentando a saciedade e facilitando o emagrecimento. Só que comprar pães e biscoitos integrais não é tão fácil quanto parece. É que a Anvisa não estabelece nenhuma regra para a fabricação desses produtos, como por exemplo uma porcentagem mínima de farinha integral na composição para que ela possa ser chamado assim. Comece a ler as embalagens com bastante atenção e você vai reparar que a maioria desses alimentos nas prateleiras também inclui farinha refinada na composição. Ou seja: na maioria das vezes, pão integral não é 100% integral. E em alguns casos, a porcentagem de farinha integral pode chegar a apenas 30%. Para ter certeza que não está levando gato por lebre, lembre-se dessa dica: o pão realmente integral tem de 3 a 5 gramas de fibras a cada 50 gramas de pão. Fique de olho na tabela nutricional.
12- Cereja
Na lista não poderia faltar a “cereja do bolo”: O chuchu é o vegetal mais sem personalidade que existe. E a cereja é cara no mundo tropical. Por isso, confeiteiros e culinaristas muitas vezes recorrem a um truque culinário que transforma o chuchu em cerejas em calda. Elas são usadas em bolos e tortas, e você provavelmente já comeu muito chuchu por cereja nessa vida. Claro que cerejas frescas, daquelas que a gente só come no Natal (e que são importadas) não fazem parte da farsa alimentícia. Mas aquela cerejinha que enfeita a fatia de bolo da padaria da esquina por cima do marshmallow provavelmente é uma farsante.
13-Carne de siri que é feita de todo o resto que há no mar, menos siri
Ele é a estrela do restaurante japonês: o kani é o coringa dos sushis mais sem-graça da bandeja. É usado também em saladas orientais e até como snack. O kani, como se sabe, é feito de carne de siri processada. Só que não. Carne de siri de verdade é cara – e o kani que conhecemos certamente não seria tão abundante assim se esse não fosse o caso.
A principal matéria prima do kani é o surimi, uma massa feita de carnes de diferentes tipos de pescados e misturada com coisas como amido de trigo, clara de ovo, açúcar, extrato de algas, extratos aromatizantes de caranguejo e lagostas, sal, vinho de arroz e até glutamato monossódico, uma substância difícil de ser metabolizada pelo corpo e que pode até causar câncer. O pigmento rosa? É Colchonilla, um corante alimentício avermelhado que é obtido esmagando-se um inseto vermelho de mesmo nome.
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